Análise: Corinthians vence no volume de jogo e reencontra a Fiel em data inesquecível
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Por Tomás Rosolino
"Lembra aquele jogo contra o Bahia, na volta da torcida?"
"Setembro, né? Outubro sepá..."
"Putz, foi demais".
Essa conversa fictícia entre dois corinthianos no futuro dá o tom da análise do jogo do Corinthians na noite terça-feira, pelo Campeonato Brasileiro. Em um dia tão emblemático e marcado para a eternidade dos mais de dez mil torcedores que foram ao estádio - e outros milhões que viram pela TV - tomo a liberdade de transformar esse texto mais em uma crônica.
Conto isso porque mais do que qualquer lance da partida, movimentação e posicionamento, a presença da torcida fez o jogo ser diferente dos outros. O "porópópó", com suas regras próprias na gramática e na arquibancada, selou o que parece ser um recomeço para o Timão, adormecido há dois anos e certamente o mais saudoso do seu povo entre os clubes da Série A.
Das incomuns reclamações com os árbitros à dedicação imediata em todos os lances, até com a desejada marcação pressão, a Fiel moldou o que o Corinthians quer ser daqui para frente, principalmente em 2022. Dono do jogo e muito bom tecnicamente, o time tenta criar essa conexão especial que os grandes esquadrões alvinegros sempre tiveram.
Nomes para isso tem. Cássio, Fagner, Gil, Fábio Santos, Renato Augusto e Jô são atletas de sucesso absoluto na história alvinegra, a molecada já entende isso desde sempre e os recém-chegados pareciam mais ansiosos do que qualquer um por esse encontro. A esperança é que, nos próximos anos, todos lembrem dessa noite como a que iniciou essa trajetória.
O mais chato - tipo eu - vai dizer que o time já tinha jogado bem antes, ganhado um Dérbi e buscado um empate improvável contra o Red Bull Bragantino. Nada se compara, porém, ao Corinthians do lado da Fiel. Esquece. Agora que tudo começou de verdade.
Falando do jogo, Sylvinho manteve o desenho tático dos últimos jogos, deixando o ataque com mais mobilidade e apostando na capacidade de desequilíbrio de Willian e Gabriel Pereira para desarrumar a defesa baiana. O problema foi que, pela primeira vez desde o estabelecimento dessa formação, o time adversário jogou com nove atletas praticamente dentro da área.
O cenário, que deve ser cada vez mais comum daqui para frente, foi agravado com o pênalti dado em Gilberto, mas amaciado em dobro com o pênalti e a expulsão de Lucas Araújo. Com um a mais e Jô inspirado, não custou ao Corinthians brindar a Fiel com a vitória desejada.