Mano Menezes revela bastidores de Augusto Melo no Corinthians e desabafa sobre reformulação
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Por Meu Timão
Mano Menezes iniciou 2024 como técnico do Corinthians, recebendo chancela de Augusto Melo, mas acabou sendo demitido
Danilo Fernandes/Meu Timão
Mano Menezes vivenciou de perto o início da reformulação do Corinthians. Em teoria, deveria liderar essas mudanças no elenco, já que tinha contrato até o fim de 2025. No entanto, mesmo com a chancela de Augusto Melo, acabou sendo demitido no início de fevereiro.
Dois meses após deixar o cargo, o treinador concedeu entrevista à ESPN - que vai ao ar nesta sexta-feira, às 22h. Nela, relembrou como foi o primeiro contato com a atual gestão pouco após terem sido eleitos em novembro de 2023.
“A gente não conhecia as pessoas que iam assumir o Corinthians. (...) Então a gente não sabia exatamente onde estaria envolvido. Mas eu fui convidado para uma reunião logo depois que a direção ganhou a eleição", disse Mano Menezes..
"Se nesse dia eles me dissessem ‘Mano, a gente gostaria de outro treinador’, certamente nós olharíamos um para a cara do outro. ‘Não tem problema nenhum, dou o direito de escolherem outra pessoa. Fazemos um acordo aqui, eu vou para minha casa e vocês tocam a vida de vocês’. Mas não foi isso que eles me disseram. Eles me disseram que eu era o técnico pela experiência que tinha, pelo conhecimento de Corinthians, que seria importante para eles, que estavam chegando agora, para trocar uma ideia de reformulação, algo que eu já tinha feito isso duas vezes no Corinthians. Então eu era o cara que eles acreditavam que ia tocar o projeto", emendou..
Assim, na virada de 2023 para 2024, mais de dez jogadores deixaram o Parque São Jorge, incluindo líderes do elenco como Renato Augusto, Gil e Fábio Santos, que se aposentou. Depois, chegaram outros dez jogadores. Vale lembrar que enquanto Mano comandava a equipe, Coronado, Pedro Henrique, Gustavo Henrique, Matheuzinho e Cacá ainda não haviam sido contratados.
"Foi talvez um dos momentos mais difíceis que passei no futebol. A troca interna foi muito significativa. A reformulação no grupo também foi significativa. Nós tivemos a saída de jogadores, e aqui não quero me eximir delas e transferir para a direção. Você perde jogadores com laços, histórias, com referência, então o primeiro mês foi muito difícil", desabafou o técnico.
Ao mesmo tempo que não contava com maioria dos reforços, Mano Menezes apontou que durante certo período não contou com nem um dos campeões da Copinha, que ainda disputavam o torneio, Biro, Donelli ou Giovane, que estavam participando do Pré-Olímpico.
"Nós estreamos o Torres sem ter feito um treinamento com ele no time principal, porque a defesa principal estava sendo jogada com o Veríssimo. A gente não tinha nenhum jogador da base que foi campeão sub-20, porque o torneio estava em andamento. Não tinha três jogadores da seleção que estavam no Pré-Olímpico. Então não tinha um banco completo para o primeiro jogo. Se olhar lá, tem três goleiros no banco para a gente completar o número mínimo de 23, para não passar tanta vergonha. Tínhamos três jogadores do sub-17, que realmente ninguém conhecia, nem nós. Eles vieram porque não tínhamos jogador para treinar. Então o primeiro mês trouxe essa dificuldade", apontou por fim.
Os jogadores do Sub-20 foram incluídos ao elenco após a conquista da Copinha, dia 25 de janeiro, podendo participar dos últimos três jogos de Mano - Arthur Sousa e Kayke chegaram a ser acionados contra o São Paulo, com o centroavante marcando um gol. Já o que estavam no Pré-Olímpico retornaram apenas na segunda semana de fevereiro, quando o treinador já havia deixado o cargo.
Junto do contexto adverso, Mano Menezes acabou sendo demitido ao perder quatro dos cinco primeiros jogos do ano. No último, vale lembrar, Augusto Melo chegou a bancar o treinador, mas o mandou embora no dia seguinte.
Thiago Kosloski, seu auxiliar até então, chegou a comandar o Corinthians no clássico contra o Santos. Depois, também foi demitido para a chegada de António Oliveira. O português logo conquistou a Fiel por melhorar o rendimento da equipe dentro de campo e reencontrar o caminho das vitórias. Ainda assim, não conseguiu levar à equipe ao mata-mata do Paulista. Mano Menezes, por sua vez, segue desempregado desde então.
