Derrotas seguidas em clássicos mostram time sem “cara de Corinthians”
Opinião de Marcelo Becker
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O primeiro clássico do "novo Corinthians" foi depois de poucos dias de treinamentos. O Dérbi foi realizado com apenas duas semanas de trabalho de Vítor Pereira e sua comissão técnica, diante de um rival com esquema tático absolutamente estabelecido e vencedor. Sendo assim, minha coluna sobre a derrota corinthiana não será sobre aspectos táticos e ou esquema de jogo, que são tão importantes para uma equipe.
Tampouco vou aprofundar as carências que o elenco indica ter, como na lateral pelo lado esquerdo ou na volância – volto a insistir que Cantillo não pode ser reserva de Du Queiroz, quem me acompanha sabe o quanto eu repito isso –, mas é assunto para outro momento.
Dito isso, quero falar aqui sobre postura. Sobre como espero que o Corinthians encare clássicos. Logo, a crítica não será direcionada para os mais jovens do elenco, muito pelo contrário. O “recado” é para Cássio, Gil, e principalmente Renato Augusto, Paulinho e Willian. Esses últimos vieram pela grandíssima qualidade técnica, mas também por serem experientes, com capacidade de assumirem muita coisa.
Desde muito cedo aprendi que um clássico se ganha na primeira dividida, no primeiro “dedo na cara”, na imposição. E, sim, esse tipo de coisa está em falta no Corinthians em grandes jogos. Deve ser feito por grandes jogadores, por caras “pesados”; embora eu saiba que não é da personalidade de alguns, algo precisa ser feito.
Minhas referências mais recentes de como se deve enfrentar um tradicional adversário são Fabián Balbuena e Ángel Romero, sobretudo o primeiro. O zagueiro com a camisa do Timão mostrava que existem jogos nos quais palavras como “boa noite, por favor e com licença” não cabem.
“É SANGUE NO OLHO, É TAPA NA ORELHA, É O JOGO DA VIDA E O CORINTHIANS NÃO É BRINCADEIRA!”
Não por acaso essa é a música da Fiel que mais nos remete a Balbuena. Ele era assim, e mudou uma final de campeonato num jogo como visitante por ser assim.
Talvez este texto seja o mais comum dos discursos pós-derrota: “Falta raça pra esse time”. Mas no momento é o meu mais puro sentimento sobre o time em clássicos.
Seguiremos, o futebol sempre concede chances, e o elenco vai ter justamente no atual Campeonato Paulista a oportunidade de mudar isso. Muito provavelmente, para ser campeão, o Corinthians volte a enfrentar seus tradicionais adversários. Esperamos que com postura diferente: com “sangue no olho”, como jogava Fabián Cornelio Balbuena González.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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