Técnicos demitidos do Corinthians duraram em média seis meses no cargo desde a saída de Tite
Opinião de Marcelo Becker
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A pressão que era grande ficou insuportável. Com isso, após derrota para o Santos por 2 a 1 em jogo válido pelo terceira rodada do Paulistão 2022, disputado nessa quarta-feira na Neo Química Arena, o Corinthians demitiu Sylvinho. Agora, mais uma vez o clube do Parque São Jorge está no mercado em busca de um novo técnico para sua equipe de futebol profissional masculino.
Alguns nomes já começaram a ser cogitados. Jorge Jesus, ex-Flamengo e livre no mercado após ser demitido do Benfica parece ser o favorito. Renato Portaluppi também pode ser opção, já que o próprio Corinthians tentou ele antes de contratar Sylvinho. Ainda é cedo e até de fato o presidente Duílio Monteiro Alves contratar um treinador para o cargo, muitos nomes devem ser especulados.
Aliás, em relação ao mandatário maior do clube, a impressão que tive foi de que a interrupção no trabalho de Sylvinho foi muito mais resultado da pressão sofrida pelo presidente, do que falta de crença no trabalho do ex-lateral no comando do time.
Duílio agora está com uma responsabilidade enorme em suas mãos. Ele, que já foi diretor de futebol em diretorias passadas, viu o primeiro treinador de seu mandato durar nove meses na função.
Se pegarmos como base todos os profissionais que assumiram como técnicos efetivos do Timão desde a saída de Tite em 2016, na média estes treinadores ficaram no cargo apenas seis meses. Veja abaixo:
- Cristóvão Borges: três meses
- Oswaldo de Oliveira: dois meses
- Osmar Loss: três meses
- Jair Ventura: três meses
- Fábio Carille: 11 meses
- Tiago Nunes: nove meses
V. Mancini: oito meses - Sylvinho: nove meses
Apostas em nomes que conheciam o clube, ou mesmo a crença de que o sistema de jogo já estava estabelecido seria suficiente, e assim quem chegasse poderia dar conta do recado e fazer o time seguir sendo vitorioso como foi na última década.
Após um período sem grandes reforços, o elenco atual é recheado de bons jogadores. Alguns experientes, vitoriosos com a camisa corinthiana e também fora do Brasil. Assim, como dito acima, a responsabilidade do presidente Duílio Monteiro, do diretor de futebol Roberto de Andrade e do gerente de futebol Alessandro Nunes é enorme. A margem de erro da temporada já foi usada ao iniciar 2022 com Sylvinho. Seguir com o técnico que já era muito criticado ano passado foi uma escolha dos três, eles sabiam do desgaste e mesmo assim mantiveram Sylvinho no comando do time.
O desgaste foi grande, a paciência do torcedor se esgotou após três jogos de 2022, que trouxeram “gatilhos” de atuações de 2021. Ninguém mais acreditava em algo novo, o que se viu foi o famoso mais do mesmo. E agora, teremos depois de alguns anos um treinador longevo no Timão? Para isso a escolha precisa ser bem feita. A ver...
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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