Retorno do futebol: como queremos ser lembrados?
Opinião de Ulisses Lopresti
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Ainda vivemos sob a tensão da COVID-19. Ontem, o Brasil chegou à infeliz marca de 50.000 mortos pela doença. Enquanto isso, alguns times do Rio de Janeiro forçam a retomada do futebol no país. É impossível medir o tamanho dessa irresponsabilidade e como isso será visto no futuro. Aqui em São Paulo, os times estão tomando decisões conjuntas e o Timão retorna aos treinos amanhã.
Parece óbvio que ainda não é hora de o Paulistão voltar. Há muitos motivos para evitar um retorno precoce. Primeiro, é a segurança dos próprios atletas e funcionários que trabalham em uma partida de futebol. Nos primeiros testes, oito jogadores e cinco funcionários tiveram resultados positivos para COVID-19. Mesmo com tanta infraestrutura para observar a saúde dos jogadores, não é possível garantir segurança total no nosso país hoje.A curva na capital já chegou a baixar, mas cresceu novamente com a reabertura do comércio nos últimos dias.
O outro motivo é o exemplo negativo do retorno do futebol. Em um período que morrem centenas de pessoas todos os dias, por que vamos fingir uma normalidade que não existe? Quando as pessoas assistem jogadores praticando futebol elas se sentem no direito de também jogar aquela pelada no fim de semana. É hora de dar o exemplo. Não adianta fazer campanha nas redes sociais, mostrar preocupação com a disseminação da doença e fazer lobby pela volta do Paulistão.
Fiel, o futebol vai voltar, em algum momento vai. Porém, como corinthiano, acredito que essa é a hora do nosso time se colocar como sempre se colocou e lutar para que seja feito da forma correta. Somos um time popular e nossa postura significa muito nesse momento. No futuro, os times serão cobrados pelo seu comportamento nesse momento. O Flamengo está escrevendo uma página que será difícil de apagar no futuro, mas e nós? Como queremos ser lembrados?
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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