O pouco que se sabe sobre as ideias e o estilo de jogo do Sylvinho
Opinião de Beatriz Zoccoler
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É difícil falar sobre qual a filosofia de jogo do Sylvinho. Quando chegou ao Lyon, disse que gostava do 4-3-3 (e realmente aplicou), da posse e de jogar no campo do adversário. Por lá, fez uso do 4-1-4-1 em fase defensiva e utilizou também algumas referências dos treinadores que trabalhou como assistente. Mas, como todos sabem, é seu único trabalho como técnico e de lá pra cá muita coisa pode ter mudado. As ideias evoluem, é normal.
No Lyon, gostava muito da linha de 4 bem postada/estruturada e de profundidade. Em geral, buscou muita organização defensiva. O que não se pode negar é que é um estudioso e se especializou demais (tem a licença UEFA PRO, nível máximo de formação de treinadores da Europa).
Em entrevista ao globo esporte em agosto de 2020, fala sobre saída de bola com três ou com um meia ou lateral, fala sobre marcação alta no campo do adversário... Nessa mesma entrevista, diz que tem referência do Liverpool de Klopp campeão da Champions - e diz que esse time o marcou muito pela intensidade.
Klopp não é a única referência de Sylvio, já que trabalhou com Tite, Mano e Roberto Mancini, além de ter sido treinado por Guardiola e Wenger enquanto jogador. Inclusive, de tudo que vi até aqui, ele sempre cita muito Pep.
Quando participou do Bola da Vez, disse que tem uma formação técnica europeia misturada com os clubes que trabalhou como auxiliar. Na época, disse que o que atrairia ele seria planejamento para assumir um novo trabalho. Ainda nessa ocasião, disse que observava muito o Getafe jogar: "um treinador que faz 442, às vezes um 4411, é muito bem treinado, estão tirando proveito da forma de jogar com muita agressividade, pra mim isso é planejamento".
Citou também o planejamento do Atletico de Madrid de Simeone e deixou bem claro que a sua próxima escolha dependeria muito do que achavam que ele poderia oferecer em um trabalho. E olha só, aparentemente a diretoria do Corinthians apresentou algo que o agradou.
Sylvinho foi perguntado sobre o curso coverciano (escola italiana) e ele disse: "a Itália é um país apaixonado por futebol e eles tem um conhecimento grande da parte tática. Todos os detalhes e tudo que acontece dentro de campo eles tem muito bem conceituado". Ele cita também orientações sobre marcar o homem ou marcar o espaço, marcar alto e marcar baixo. Tudo isso elogiando muito a formação.
Parece realmente ter estudado em suas especializações. Foi perguntado no Bola da Vez sobre suas ideias e ele deixa bem claro que preza por um futebol atual, competitivo, que vai no campo do adversário e que transmite alma. É, Sylvio, o Corinthians tem corpo, alma e coração. Se vai dar certo? Só o tempo dirá...
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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