Porque Juan David Torres joga tão pouco no Corinthians
Opinião de Luis Fabiani
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Poucos nomes geraram tanta empolgação na torcida quanto o de Juan David Torres. Não era para menos. Quando chegou no Corinthians, trazia da Colômbia a alcunha de 'novo James Rodríguez", astro do futebol sul-americano. Ainda que se trate de um exagero, há semelhanças, de fato. Juan David é canhoto, de bom trato à bola e dono de uma batida excelente.
O jogador, porém, nunca chegou a se firmar de fato no Corinthians. Em 2019, apenas um jogo, saindo do banco. Em 2020, peça-chave da equipe alternativa que disputava o Paulistão Sub-20. Em 2021, quando finalmente ganhou o status de protagonista, não consegue manter uma regularidade nas atuações.
A avaliação interna no CT dá conta que Juan é diferenciado tecnicamente. E por isso, encantou Tarcisio Pugliese, ex-treinador da equipe Sub-20, nos treinos. Chamava o jogo para si, arriscava de fora, mostrava os recursos que tem. Assim, ganhou a titularidade e a camisa dez. O ônus da situação está em sua fácil capacidade de se desfocar durante os jogos. Há quem diga que seu nível de treinamento era destoante em relação aos outros jogadores.
É uma situação parecida com a que vive o meia Luan, na equipe profissional. Não há quem questione sua capacidade técnica, mas sua postura durante os jogos causa incômodo. Raramente centrado, mas com o raro poder de desequilibrar um jogo em poucos toques. Vale para L(J)uan.
A outra explicação para o pouco espaço dado ao colombiano se dá pela forte concorrência no setor. Em 2019, disputaria uma vaga no time titular com Vitinho e Ruan Oliveira. Em 2020, a briga era com Adson e Matheus Araújo. Todos seus concorrentes conseguiram chegar à equipe profissional. Em ambas situações, o treinador era Dyego Coelho, conhecido por cobrar intensidade máxima de seus jogadores - algo que Juan, por natureza, não conseguiria entregar.
Vivemos a expectativa de ver um jogador cada vez mais protagonista em campo, mas é necessária muita cautela. Juan David é um talento a ser lapidado. Mas requer do clube um suporte técnico e talvez até psicológico. A formação de um jogador vai muito além das quatro linhas.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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