Corinthians encontra em 2022 o que faltou nas finais que disputou desde 2018
Opinião de Luis Fabiani
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Pela primeira vez em muito tempo, o Corinthians chega a uma decisão de campeonato com o gabarito de uma equipe campeã - explico adiante. Algo que, ao meu ver, fez falta em todas as finais recentes, incluindo as que pôde sair campeão, como em 2019, no Campeonato Paulista.
Falar dos bons jogadores que Vítor Pereira possui no seu elenco seria chover no molhado. O Corinthians realocou investimentos anteriormente mal feitos e montou o que considero, ao menos, um dos três melhores times do Brasil em material humano.
Mas o que vai muito além disso é algo que está fora das quatro linhas: a identificação de boa parte desses jogadores com o torcedor corinthiano é digna de uma taça para caminhar à eternidade. E isso vai além dos já consagrados Fagner, Cássio, Gil, Balbuena, Renato Augusto e Fábio Santos.
Recém-chegados ao clube, Róger Guedes, Fausto Vera e Yuri Alberto já transmitem a sensação de potenciais ídolos. E a pressa para a materialização disto em uma taça é justamente pela grande possibilidade de saída dos três jogadores em um futuro próximo
Para além destes, um título poderia coroar garotos que, outrora, assumiram responsabilidades que não os cabia durante a temporada. Contestáveis as titularidades ou não, Du Queiroz e Adson foram fundamentais para que o Corinthians chegasse onde chegou - sobretudo o volante. Mantuan, já saído, da mesma forma.
No banco de reservas, sob a incerteza de seguir ou não no clube, Vítor Pereira talvez seja quem mais mereça erguer uma taça no Corinthians neste momento. Foi dele a iniciativa formidável de buscar entender a cultura do clube em meio à pressão externa e a um calendário avesso ao futebol bem jogado.
Em 2018, também na Copa do Brasil, o Corinthians chegou às semifinais "por acaso", já que não teve grandes desafios nas fases anteriores - triunfos tranquilos contra Vitória e Chapecoense. O único grande episódio da campanha, que viria a terminar em um erro crasso do VAR, foi justamente o gol de classificação à final marcado por Pedrinho, contra o mesmo Flamengo.
Já nesta edição, até mesmo a campanha do Corinthians é digna de um título para ser lembrada. Desde as oportunidades à base contra a Portuguesa-RJ até mesmo as goleadas contra Santos e Fluminense e a virada marcante sobre o Atlético Goianiense. Sem exceção, todas as fases reservam boas histórias a se contar no futuro.
Sem qualquer tipo de exagero (acho, rs), dá para concluir que os 11 titulares, a comissão técnica e a história do Corinthians nesta edição da Copa do Brasil fizeram por onde para receber a taça.
Pelas ocasiões do jogo, ela pode mesmo ficar no Rio de Janeiro. Mas é inegável que é uma safra de corinthianismo que transmite muita confiança à sua torcida. Algo que não aconteceu na Copa do Brasil de 2018 e nas finais de Paulistão em 2019 e 2020.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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