Tevez e sua imagem mítica no Corinthians
Opinião de Ulisses Lopresti
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Nesta semana, um assunto dominou o noticiário corinthiano: a possível volta do Tevez. Tudo começou com uma entrevista do jogador para uma rádio argentina, em que Carlitos levantou a possibilidade de jogar seis meses no Timão, depois de deixar o Boca. Vale lembrar que o argentino está em um imbróglio com o time argentino por conta de sua renovação.
Essa declaração foi o necessário para a Fiel voltar a um dos assuntos mais discutidos nas rodas de corinthianos, a volta do Tevez. O jogador fez uma temporada maravilhosa em 2005 e se tornou quase lenda no Timão. Sim, não estou exagerando, nós aplicamos uma imagem quase mítica ao argentino. Após 2005, o Corinthians enfrentou uma das piores crises da sua história, brigou com a MSI, virou manchete de reportagem policial e chegou até o extremo de cair para a segunda divisão em 2007. Todos que viveram esse período sabem que nesse tempo de insucessos nos perguntávamos “E se o Carlitos tivesse aqui? Ele iria resolver como em 2005.”
Era um pensamento muito correto, pois realmente Tevez com a 10 e faixa seria mil vezes do que Aílton, Amoroso e outros que vestiram a eterna camisa de Rivellino. O jogador estourou na Europa, chegou a uma final da Champions League com a Juventus em 2015, então é natural pensar que se ele estivesse no Corinthians ia arrebentar. Mas a vida girou e o Corinthians amadureceu, jogou a Série B, subiu, foi dono da década e tudo isso sem nenhum grande craque como referência, sempre apostou em bons conjuntos.
Então, vamos voltar para o agora. O time está endividado e contratamos, goste ou não, mais de um jogador para a posição só nessa temporada. O Tevez iria colaborar tanto? Iria aceitar um banco se necessário? O Carlitos de hoje não é o mesmo de 2005, são 15 anos já. Lembra da Florência, a filha dele que era bebê e entrava no campo o argentino e ficou muito conhecida? Ela já tem 15 anos. Ou seja, olha quanto tempo passou.
Antes de me cornetarem, eu sou fã do Tevez e se ele voltar, vou gostar muito, porque quando falamos de ídolo pensamos mais de forma passional que racional. Mas, sinceramente, acho que temos que superar esse mito do Tevez de 2005 e deixar a lembrança do ídolo no auge, não como um veterano com a missão de ser o craque de um time ainda em formação.
Enfim, de qualquer forma, nos cabe prestar atenção se essa notícia é factível ou se não é uma declaração do Boca para fora.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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