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Sobre 'Jaça' e sua influência na base do Corinthians
Luis Fabiani

Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Há três anos, acompanhando a base do Corinthians diariamente pelo Meu Timão.

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Sobre 'Jaça' e sua influência na base do Corinthians

Coluna do Luis Fabiani

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Sobre Jaça e sua influência na base do Corinthians

Jaça, e seu fiel escudeiro Márcio Bittencourt, acompanhando uma das partidas da base do Corinthians em 2021

Foto: Meu Timão

Como jornalista, não tenho direito de tomar partido para qualquer lado político dentro do Corinthians, ou em qualquer instância da sociedade. Abro o texto dessa forma até para deixar bastante claro que as palavras ditas aqui não têm qualquer pretexto de desqualificar alguma figura dentro do Corinthians.

Ainda assim, o que cabe a mim é tentar relatar os fatos da forma mais fidedigna possível, ouvindo todos os lados e trazendo-os a tona da maneira mais clara a você, meu leitor corinthiano(a). Porém, um conselheiro sem cargo no clube, representando-o em uma reunião, é algo que deve sim ser de conhecimento do torcedor.

Nesse ano, bem como nas últimas três décadas, Jacinto Antônio Ribeiro, o "Jaça" protagonizou vários momentos da base do Corinthians. O mais recente, e mais curioso ao meu ver, se deu nessa quinta-feira, quando atuou como ÚNICO representante do clube nas conversas por renovação com Matheus Araújo, meia da equipe Sub-20.

A situação foi noticiada pelo Meu Timão com base em um dos mais básicos conceitos do jornalismo: é um fato noticioso. Por que alguém sem cargo oficial no clube estaria encarregado de situações como essa? Isso dá direito a outros conselheiros tomarem atitudes do tipo? São duzentos conselheiros trienais integrando o clube hoje.

A presença de um conselheiro sem cargo oficial, além da ausência dos reais responsáveis por negociações do tipo (Osvaldo Neto, diretor, e André Figueiredo, gerente) fazem com que esse acontecimento seja noticioso. O clube assumindo Jaça como diretor, mesmo que a contragosto da torcida, não precisaria se posicionar sobre o ocorrido posteriormente.

No começo do ano, Jaça foi responsável pela manutenção do treinador Tarcísio Pugliese no comando da equipe Sub-20, sobrepondo-se a uma decisão do então gerente geral Carlos Brazil. É uma quebra na hierarquia do clube.

Em março, foi um dos três representantes do Corinthians em uma viagem aos Emirados Árabes para negociar jogadores da base. Sem cargo.

Em dezembro, vazou um documento oficial do CORI (Conselho de Orientação) no qual constava a nomeação de Jaça como diretor geral da base. Poucos minutos depois, a pedido da reportagem do Meu Timão, o clube se pronunciou dizendo que tratava-se de um erro de digitação.

Não, o erro não era uma mera vírgula, ou um acento a mais. O tal erro incluía o nome completo de um conselheiro e seu respectivo novo cargo no clube.

Se Jaça já atua efetivamente como um dirigente do Corinthians, por que tanto receio do presidente Duílio Monteiro Alves em assumir a situação? Se o clube assumi-lo em algum cargo oficial, tira o meu direito jornalístico de contestar situações como as que vêm acontecendo. E isso independe da minha avaliação das decisões tomadas por Jaça, que não convém à esta coluna.

Um conselheiro não pode ter privilégios em relação aos outros, rasgando o estatuto e a hierarquia do Corinthians. O clube do povo, na prática, parece ser de poucos.

Veja mais em: Base do Corinthians e Diretoria do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Luis Fabiani

Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Há três anos, acompanhando a base do Corinthians diariamente pelo Meu Timão.

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